sábado, 22 de setembro de 2012

As aparências [não] enganam!

Deu uma vontade sarcástica de rir das notícias de hoje. Até comecei a achar graça quando fui tolhido eticamente e vi que determinadas ironias podem ter um grau de preocupação social maior do que se imagina.

É pouco provável que alguém ainda não tenha escutado a música aversiva aos diabéticos ("agora fiquei doce, doce, doce...."), em que o cerne da evolução de vida do eu-lírico cantor é a aquisição de uma herança e na compra de um camaro amarelo. 

Essa imagem propagandeada pela mídia em geral, acaba influenciando essas novas duplas sertanejas, forrozeiras, pagodeiras, para adquirirem o imponente e caro veículo! Tudo como símbolo de status, poder econômico e domínio sobre o sexo oposto.

Não me interessa entrar no mérito da pobreza das rimas ou no gosto musical em si. O que me indago é sobre os reflexos sociais desse tipo de música. A música é um reflexo do comportamento ou é ela quem dita os novos meios de se ridicularizar em público? (desde logo, não considero o baixo nível de educação nacional um reflexo dos versos medíocres, pois o Brasil nunca ocupou o primeiro lugar em educação pública e ainda assim temos boas produções literárias, musicais, teatrais... Talvez a massificação midiática tenha mais parcela de culpa do que a educação em si mesma. Ou vão me dizer que os acadêmicos de qualquer curso superior estão ouvindo, vendo, produzindo apenas matérias eruditas?!)

Primeiro aspecto, dinheiro e bens materiais são associados como único meio de sucesso nas conquistas amorosas, sendo um cenário bem aceito por homens e mulheres.
Em seguida, ter tais bens caracteriza inclusive um poder para selecionar quem irá fazer parte do seu relacionamento noturno, uma vez que seu novo camaro atrai várias amizades, fazendo até sobrar mulher.

Logo, basta observar para perceber que seu colega de queixo erguido e chave do carro pendurada na cintura, não possui valores de respeito, de amor, de inteligência... porque se limita a ver qual amarelo que pinta o carro é mais parecido com ouro. 

Se você não é podre de rico, nem o Thor Batista para brincar de carro na vida real igual quando tinha 6 anos de idade, não pense que é fácil manter seu camaro! A irresponsabilidade continua e um dia a herança acaba...

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Só queria atravessar.

Cada vez mais, entre 06h e 05 da manhã, o trânsito consegue me aborrecer um pouquinho mais. Acredito que nem  Buda teria tanta paciência se dirigisse aqui em Belém.

Irei tentar ser pontual para não fazer desta postagem um tratado sobre atrocidades no trânsito, abordando, fundamentalmente, aspectos ignorados pela pouca atenção que se dedica a elementos FORMADORES do tráfego como um todo.

Primeiramente, pontos de táxi! Nada contra o trabalho digno desses profissionais! Fico p... é com o excesso de locais destinados para esse segmento do transporte urbano, que chegam muitas vezes a ocupar quarteirões inteiros! Vivemos em uma cidade mal planejada? Talvez... Mas não em uma cidade onde as pessoas não possam andar, não possam falar no telefone ou em um rádio para CHAMAR O TÁXI ATÉ O LOCAL ONDE SE ENCONTRA. Quer ver só um exemplo: aeroporto internacional de Belém! Os locais de embarque e desembarque estão ocupados por taxistas fazendo-nos parar em fila dupla na maioria dos casos (com os comparsas da CTBel de prontidão para nos apitar uma multa). Ora, bem em frente ao aeroporto há um imenso estacionamento e com áreas suficientes para abrigar os taxistas com conforto e segurança. Por que não colocar uns funcionários da associação/cooperativa nas portas do aeroporto perguntando quem quer táxi, e assim o acionavam pelo rádio. Simples e capaz de organizar o trânsito, servindo de modelo para outras áreas conturbadas da cidade.

Em seguida, fico preocupado com as faixas de pedestres sem semáforo! Já estamos adquirindo a educação para respeitar o pedestre, que também deve ter a consciência de não ficar parado na beira da rua sem fazer sinal indicativos de que irá atravessar. Até aí tudo bem... ocorre que não há como visualizar o transeunte pois as faixas de pedestres começam onde terminam os locais para os carros estacionarem (incluídos aí os mesmos pontos de táxi...). Exemplo: Trav. São Pedro, saída do shopping, recentemente instalado o sistema de binário. Da Alameda São Pedro existe uma faixa que permite atravessarmos em direção a uma outra loja em frente ao shopping. Todavia, para o motorista, só é visível o pedestre que sai do shopping para o outro lado da rua, uma vez que não há obstáculos visuais; o que não contempla os pedestres fazendo o sentindo inverso, pois só se consegue avistá-los quando já iniciaram a travessia, após se revelarem por detrás de um táxi. Bastava delimitar uma área maior entre a faixa e o primeiro carro estacionado antes dela...

Falando em shopping, será que só os guardas de trânsito dali não percebem que os caminhões estão carregando e descarregando a qualquer hora do dia, quando lhes é expressamente vedado, inclusive com placas orientando os horários mais adequados?!!!

Detalhes mínimos, sem custos elevados, basta consciência e boa vontade. Não precisa todo um BRasil de Trabalho!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Não! Pára!

Tentando entender os formatos das nuvens escutei na rádio a propaganda da mais nova cerveja (??) da marca Nova Schin, denominada "no Grau". Dizem por aí que é um investimento para competir com a aguada Brahma Fresh no comércio das regiões mais quentes do Brasil: norte, nordeste e centro-oeste.

Não me causou tanto espanto a ignorância dos sites de propaganda que anunciam como uma nova cerveja para "o Nordeste" (o que inclui do Acre à Paraíba!), mas fui pego pela musiquinha que embala a chamada para a compra do produto.

Também não é digna de ser reproduzida aqui.

Atentemo-nos, entretanto, à parte final da letra que declama: "a única com o ingrediente não pára, não pára, não pára...." e, logo em seguida, rapidamente, pois se o tempo se estender ficará mais cara a veiculação nos meios de informação, vem a recomendação: "Beba com moderação".

Caros publicitários, é pra beber sem parar ou não?

Esse ingrediente não deveria ser aceito pelos órgãos reguladores (de produção, de veiculação de mídias...) em razão do momento que vivemos e da intensa batalha pela redução de mortes no trânsito, causadas em sua grande maioria pela má combinação álcool e direção.

Portanto, publicitários, empresários: Não! Pára!